domingo, 24 de agosto de 2014

Produtores de cacau do município de Uruará temem perder a lavoura

Nelson Nardini, Augusto Pereira, Cirilo Nicolodi e João Alcides
No sábado, 23, a nossa reportagem visitou 3 propriedades produtoras de cacau as margens da Transamazônica, km 193, zona rural do município de Uruará a 13 quilômetros do centro urbano. Nas lavouras de cacau de ambas as propriedades existem uma doença que está se espalhando rápido matando o cacaueiro, cerca de 20 mil pés de cacau já foram consumidos pela doença, o pé de cacau seca começando pelas folhas, tal doença ainda não foi identificada gerando grande preocupação nos cacauicultores, João Alcides (o Ivo), Augusto Pereira e Nelson Nardine, donos das propriedades visitadas, que até o momento não tiveram o auxílio dos órgãos de pesquisa envolvidos com a cultura do cacau.
Na propriedade de João Alcides
Quando essa doença Começou teve técnico que falou que era devido ser cacau híbrido e que o cacau híbrido era programado para durar só 35 anos, de fato o cacau está completando os 35 anos, mas isso não é problema da idade porque tem cacau com 10 anos está morrendo, com 6 anos está morrendo, com 12 anos está morrendo, então não é porque o cacau é híbrido, o problema é a doença mesmo que precisa ser identificada o mais rápido possível para se encontrar uma solução, do contrário seremos obrigados a abandonar a propriedade. Não sabemos o que fazer e estamos esperando ser socorridos”, disse o cacauicultor João Alcides.
Na propriedade de Augusto Pereira
Aqui na minha lavou já morreram 6 mil pés de cacau e a doença continua avançando, se não tivermos uma resposta rápida dos órgão competentes vamos perder a nossa lavoura e seremos forçados a mudar de atividade agrícola”, afirmou o cacauicultor Augusto Pereira.
Na propriedade de Nelson Nardini
Essa doença está afetando a todos os produtores aqui dessa localidade, ela deve ter começado aqui na minha propriedade há 20 anos e agora está se espalhando”, concluiu o produtor Nelson Nardini.
O presidente da Cooperativa Coomavur, Cirilo Nicolodi, que também é produtor de cacau, esteve junto com os produtores visitando as lavouras afetadas.
Vendo esse problema enfrentado pelos nossos produtores a gente também fica preocupado, acredito que possa acontecer no cacau o que aconteceu com o baquearão, que no início começou em algumas propriedades e hoje já alastra por todo o estado e nós queremos levar esse fato aos órgãos competentes para que se faça uma pesquisa e descubra uma maneira de manter a lavoura cacaueira sem que ela se acabe”, frisou Nicolodi.
Na propriedade de João Alcides ele está derrubando com um trator as árvores infectadas e irá queimá-las para plantar banana no lugar. As terras de ambas as propriedades são de excelente qualidade que proporciona produções satisfatórias, o que deixa os produtores ainda mais intrigados. Na propriedade de Augusto Pereira ele substituiu o cacau por açaí numa parte onde a doença consumiu o cacaueiro e na propriedade de Nelson Nardini ele substituiu o cacau por árvores de Teca, mas ambos os produtores preferiam continuar com suas lavouras de cacau a trocá-las por atividade agrícola.
Os órgãos competentes devem tomar providências o mais breve possível para que o extermínio das lavouras de cacau não aconteça na região. O sinal de alerta foi lançado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário